O segmento de tintas amplia sua atuação no formato de marketplace. A Coral, marca da AkzoNobel, criou ambiente de vendas pela internet de olho na saúde financeira do pequeno e médio varejo em meio à crise.
Uma das estratégias é permitir que, mesmo se o consumidor parcelar a compra em dez vezes, o vendedor receba o valor integral em até 15 dias após a entrega do pedido. Para isso, a Coral vai financiar as operações. Além disso, para atrair varejistas de todo o Brasil, a companhia criou um sistema que permite ao comércio encomendar diferentes cores diretamente da fábrica.
Henri Claude Le Bourlegat, presidente da CaZco Digital, criadora e gestora da operação da Loja Coral, destaca ainda o sistema de geolocalização:
— Quando o consumidor informa o CEP, o sistema traz todos os lojistas mais próximos para o atendimento. Ele escolhe o que preferir.
Para reforçar o marketplace, a AkzoNobel vai permitir a venda de suas outras marcas como Sparlack, Hammerite e Alabastine, além de outros itens de companhias de diferentes segmentos, como Atlas, de pincéis, e Tigre, de tubos e conexões.
Tecnologia que aproxima vendedores e clientes multiplica as possibilidades de entregas de encomendas, evitando transtornos nos negócios online
Uma greve dos Correios, como a recém-iniciada, sempre causa apreensão em vendedores e consumidores. Afinal, a estatal é responsável por quase 40% das entregas de encomendas no Brasil, segundo dados da Ebit/Nielsen. Neste momento, em que os transtornos potenciais das paralisações ficam mais evidentes, também ficam mais claras as vantagens dos marketplaces com geolocalização.
“A plataforma realiza automaticamente a melhor correspondência entre localizações para definir o atendimento mais rápido, além de já calcular o valor do frete…”
A geolocalização é a tecnologia que, por meio do smartphone ou do navegador de internet, aponta onde um usuário está situado. Nos marketplaces, que reúnem múltiplos comerciantes (sellers), áreas de estoque e centros de distribuição, a geolocalização permite o atendimento ao consumidor pelo local de disponibilidade do produto mais próximo. “Além de dar agilidade ao processo e reduzir valores de fretes, a funcionalidade facilita as entregas por transportadoras ou portadores, assim como as retiradas pelos clientes”, afirma Henri Claude Le Bourlegat, especialista em varejo eletrônico e fundador e CEO da CaZco Digital, empresa dedicada a soluções de marketplace.
Nem todos os marketplaces contam com a geolocalização. Naqueles que a utilizam, ela funciona a partir dos cadastros dos vendedores e compradores, quando eles informam seus endereços. “A plataforma realiza automaticamente a melhor correspondência entre localizações para definir o atendimento mais rápido, além de já calcular o valor do frete e dos impostos envolvidos”, explica Le Bourlegat.
O CEO da CaZco Digital acrescenta que a geolocalização também é ideal para marketplaces de franquias. Quando um cliente realiza uma compra no portal, a plataforma direciona o pedido para a loja mais próxima do endereço de entrega. A mesma lógica facilita o trabalho com assinaturas (compras regulares de determinados produtos), modalidade crescentemente adotada pelas redes. “Da mesma forma, o recurso é de extrema utilidade para marketplaces de marcas da indústria, de prestação de serviços ou ainda para os marketplaces B2B, que envolvem transações entre empresas”, observa Le Bourlegat.
Para especialista, marketplaces oferecem uma oferta maior e a possibilidade de ter diversos vendedores localizados estrategicamente para atender o consumidor
Uma das mais famosas frases do escritor norte-americano Mark Twain (1835-1910) versa sobre a dificuldade enfrentada pelo ser humano de mudar: “Não nos libertamos de um hábito atirando-o pela janela; é preciso fazê-lo descer a escada, degrau a degrau”.
Em tempos de crise, como o que estamos vivendo, somos forçados a mudar nossos hábitos. Em poucos meses, ações simples de nosso cotidiano, como “cumprimentar”, “socializar” e até “respirar”, adquiriram novos significados. No mundo empresarial não tem sido diferente: com a pandemia, algumas tendências de mercado se aceleraram e outras surgiram, o que tem exigido, de empreendedores, mudanças de hábito que podem significar a sobrevivência de suas atividades.
Uma dessas tendências é a transformação digital. Tem-se falado muito sobre a necessidade de investir no varejo pela internet. Levantamento feito pela ABcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) aponta, por exemplo, que o Brasil abriu mais de uma loja virtual por minuto desde o início do isolamento social. Foram mais de 107 mil novos estabelecimentos na internet entre 23 de março e 31 de maio, levando o negócio a saltar de 135 mil para 242 mil lojas ativas.
Foram mais de 107 mil novos estabelecimentos na internet entre 23 de março e 31 de maio de 2020, levando o negócio a saltar de 135 mil para 242 mil lojas ativas.
ABcomm
Neste contexto, os marketplaces oferecem uma oferta maior e a possibilidade de ter diversos vendedores localizados estrategicamente para atender o consumidor. Além de poderem oferecer mais comodidade, variedade de uma marca ou rede de vendas com uma experiência digital única.
Para as empresas e marcas que já se convenceram de ser um Marketplace, a dúvida fica em montar toda uma estrutura para iniciar do zero ou contratar uma empresa especializada que cuide do 360º dessa estratégia digital.
A criação de um Marketplace a partir do zero exige uma jornada obrigatória, que envolve aprendizado, estruturação e desenvolvimento de processos muito além da plataforma em si. Conhecimento em TI, comunicação, vendas. Criação de departamentos, áreas, procedimentos. Contratação, treinamento e unificação de equipes. Gestão e operação pós-implementação.
Neste contexto surge uma nova modalidade, o Marketplace Solution as a Service. Todos os serviços integrados desde a criação, tecnologia, gestão e operação de Marketplaces Especializados! Quem vende não precisa se preocupar com plataforma ou serviços integrados, nem com a solução de conflitos na migração do off-line para o on-line. Sem ter de lidar com questões funcionais, o vendedor ganha tempo para focar na estratégia do negócio.
Quem vende não precisa se preocupar com plataforma ou serviços integrados, nem com a solução de conflitos na migração do off-line para o on-line. Sem ter de lidar com questões funcionais, o vendedor ganha tempo para focar na estratégia do negócio.
Henri Le Bourlegat
Enquanto desenvolver, montar a operação, iniciar os processos e colocar uma loja digital em funcionamento pode levar de 6 a 24 meses, as soluções completas e personalizadas são entregues entre 3 a 4 meses. A empresa pode focar seus esforços em como atrair mais consumidores e vendedores, não se preocupando com o operacional.
O faturamento dos Marketplaces no país já corresponde a 23,4% do total no varejo digital (R$ 17,6 bilhões, ante R$ 75,1 bilhões em 2019, segundo dados do Compre&Confie). Essa fatia cresce a cada ano e há expectativa de salto ainda maior em 2020 devido à pandemia, o que nos leva à inevitável conclusão de que, realmente, os hábitos estão mudando.
Degrau a degrau, os empreendedores brasileiros estão percebendo que investimentos em transformação digital não só ajudarão a alavancar os seus negócios, como também contribuirão para que o país saia desta crise de forma menos traumática para a economia.
Artigo de Autoria de Henri Le Bourlegat é especialista em transformação digital do varejo e marketplaces. É fundador e CEO da CaZco Digital.